Sampaio destaca desafios potencialidades de Roraima durante palestra de Ciro Gomes

Soldado Sampaio: “Queremos ser modelo de desenvolvimento, mas não aceitamos que transformem Roraima em um santuário ambiental sem lógica”.
Foto: Assessoria de Comunicação

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Da: Assessoria de Comunicação

Os desafios e potencialidades de Roraima foram destacados pelo presidente da Assembleia Legislativa de Roraima, deputado Soldado Sampaio (Republicanos), durante sessão especial realizada nesta sexta-feira (21), em que o ex-ministro da Fazenda, Ciro Gomes, ministrou palestra e recebeu homenagem do Poder Legislativo.

Em seu discurso, Sampaio ressaltou a importância de trazer grandes lideranças políticas para conhecer de perto os desafios enfrentados pelo estado de Roraima e contribuir de alguma forma com soluções para o desenvolvimento da região amazônica. “Fazemos questão de trazer a esta Casa, para que possamos expor nossas preocupações. Imagine, Ciro, temos uma bancada de oito deputados federais, mas se somarmos toda a nossa bancada do Norte, talvez seja menor que a de São Paulo. Precisamos estar diuturnamente levantando nossas demandas, nacionalizar essas questões, para não sermos esquecidos”, explica.

O presidente da ALE abordou as particularidades de Roraima, destacando a diversidade ambiental e cultural. “Roraima é o estado mais distante do centro do nosso país, o menor em população, mas com suas particularidades. Temos mais de dois terços das nossas áreas preservadas, contribuindo para o meio ambiente e as comunidades indígenas. Mas nossa maior riqueza é o nosso povo, fruto de um processo migratório e de colonização”, completou.

O deputado destacou ainda os impactos da migração venezuelana em Roraima e a falta de apoio financeiro do governo federal. “Nem a presidente Dilma, nem o presidente Temer, nem o presidente Bolsonaro, e até agora o presidente Lula, mandaram recursos para as prefeituras do nosso estado. Apesar das decisões judicializadas, a União ainda não indenizou Roraima pelos impactos da migração venezuelana”, ressaltou.

Encerrando seu discurso, Sampaio reforçou o compromisso de Roraima com a preservação ambiental e o desenvolvimento sustentável. “Queremos ser modelo de desenvolvimento, convivendo harmonicamente com a preservação ambiental. Mas não aceitamos que organismos internacionais transformem Roraima em um santuário ambiental sem lógica”, concluiu.

DIÁLOGO E CIÊNCIA

Ao concluir sua palestra, com o tema “Roraima no contexto do desenvolvimento da Amazônia e suas regiões de fronteira”, Ciro Gomes compartilhou suas impressões sobre Roraima e os desafios que o estado enfrenta, afirmando que é possível encontrar soluções para os problemas através do diálogo, da inclusão de diferentes opiniões e da busca por práticas baseadas em estudos científicos das universidades e no interesse nacional.

“Para um lutador brasileiro originário do Nordeste, num lugar seco, esturricado, como é o Ceará, Roraima é, assim, um pedaço do paraíso para o nosso olhar. Porém, chegando aqui, se vê a explosão de contradições, cuja responsabilidade de dirimi-las só tem um universo de ser feito, que é a política”, apontou.

Para ele, é necessário criar, por meio da política, uma “dinâmica de convergir os diferentes e estimular o diálogo”, entre gestores e a sociedade, para se alcançar o caminho ideal para o desenvolvimento do estado.

Ciro Gomes destacou ainda a importância de envolver o pensamento acadêmico no debate político, buscando soluções baseadas em conhecimento e evidências. “Este debate só será qualificado se trouxermos, para vigiá-lo, guiá-lo e iluminá-lo, o pensamento universitário, não como elitismo intelectual acadêmico, mas como um pensamento preocupado em achar as melhores soluções. Na Amazônia, temos instituições como o Emílio Goeldi [Museu Paraense], as universidades federais, que podem contribuir significativamente”, afirmou.

Ele também alertou para a interferência externa e a necessidade de uma abordagem focada no interesse nacional. “Temos que estar atentos às ingerências da burocracia autoritária de Brasília e de organismos internacionais, muitas vezes com boas intenções, mas que acabam sendo fragmentárias. Precisamos resolver essas questões com inteligência e a serviço do interesse do nosso povo”, ressaltou.